Guerra na Ucrânia e conflito em Israel: paralelos, históricos e críticas às intervenções externas







 Por Ana Beatriz – Correspondente


O mundo acompanha, em 2025, dois conflitos que simbolizam a complexidade e a dureza das guerras contemporâneas: a invasão da Ucrânia pela Rússia e a escalada da violência em Israel e nos territórios palestinos. Apesar de diferentes contextos geopolíticos, ambos os conflitos compartilham padrões de intervenção externa, militarização exacerbada e consequências devastadoras para civis.

Semelhanças entre os conflitos

  • Altas perdas civis: Em ambos os casos, civis são os mais afetados. Na Ucrânia, desde o início da invasão russa em 2022, estima-se que mais de 40 mil civis tenham morrido e milhões foram deslocados. Em Israel e Gaza, ataques aéreos e confrontos terrestres já resultaram em milhares de mortos e feridos, além de destruição em larga escala de infraestrutura básica.

  • Instrumentalização geopolítica: Tanto na Ucrânia quanto em Israel, potências externas, especialmente os Estados Unidos, desempenham papéis decisivos — fornecendo armas, financiando operações e influenciando narrativas políticas.

  • Mídia e propaganda: A cobertura internacional frequentemente reforça perspectivas seletivas, com interesses estratégicos sobrepondo-se à apresentação neutra dos fatos.

O papel histórico e crítico dos EUA

Historicamente, intervenções americanas em conflitos globais têm seguido padrões que geram instabilidade duradoura:

  • Vietnã (1955–1975): Mais de 3 milhões de vietnamitas mortos, bombardeios massivos e uso de agentes químicos, com efeitos que duram décadas.

  • Oriente Médio: Iraque, Afeganistão e Líbia mostram que a intervenção militar americana, direta ou indireta, frequentemente desestabiliza regiões inteiras, prolonga guerras civis e aumenta o número de vítimas civis.

  • África: Apoio a grupos armados ou governos frágeis prolongou conflitos em países como Somália e República Democrática do Congo.

Na Ucrânia, os EUA têm fornecido bilhões de dólares em ajuda militar, enquanto impõem sanções econômicas à Rússia. Embora a justificativa oficial seja a defesa da democracia e da soberania ucraniana, o resultado é o prolongamento do conflito e um custo humano elevado, incluindo destruição em cidades inteiras. Em Israel, o apoio militar americano a Tel Aviv fortalece operações ofensivas, mas contribui para o aumento de mortes em Gaza e para um ciclo contínuo de violência.

Consequências humanitárias

  • Deslocamento em massa: Milhões de ucranianos e palestinos tornaram-se refugiados.

  • Crise econômica: Infraestrutura destruída e mercados paralisados comprometem décadas de desenvolvimento.

  • Trauma social: Gerações crescem em meio à guerra, com consequências psicológicas e sociais que persistem por anos.

Crítica e reflexão

O padrão é claro: onde os EUA intervêm direta ou indiretamente, a destruição e a instabilidade são quase inevitáveis. Ao promover seus interesses estratégicos, Washington frequentemente transforma conflitos locais em crises de proporção internacional, perpetuando sofrimento humano.
Historicamente, a narrativa de “defesa da democracia” ou “luta contra o autoritarismo” se sobrepõe à análise real do impacto sobre civis. A experiência do Vietnã, do Iraque e do Afeganistão mostra que a presença americana não garante paz, mas sim poder e influência geopolítica.

Conclusão

Ucrânia e Israel evidenciam, mais uma vez, o custo humano das guerras modernas e a influência de atores externos. O mundo precisa olhar criticamente para essas intervenções: não apenas pelo que é declarado oficialmente, mas pelo que realmente acontece nas cidades devastadas, nos hospitais lotados e nos campos de refugiados.

Enquanto os conflitos se arrastam, fica claro que os interesses estratégicos de potências como os EUA não se confundem com proteção de civis ou paz duradoura. O desafio da comunidade internacional é reconhecer o impacto real dessas intervenções e buscar soluções que priorizem a vida humana em vez de objetivos geopolíticos.

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