Por José Nassif
"O Brasil é o único país onde o futuro sempre chega atrasado, o presente está quebrado e o passado é uma fantasia que nós mesmos inventamos. Enquanto isso, na terra da piada pronta e da solução improvisada, a política vira circo, o povo vira palhaço e os palhaços viram deputados. Bem-vindos ao espetáculo."
"Este Brasil é um poema mal acabado, escrito a muitas mãos e nenhuma direção. De um lado, a sabedoria popular que sobrevive com humor na adversidade; do outro, a arrogância dos doutores de Brasília que tratam o poder como um feudo particular. Enquanto o pão nosso de cada dia some das mesas, o banquete dos privilegiados segue interminável — regado a discursos vazios e negociatas abastecidas pelo erário.
Vivemos um eterno dilema entre a esperança teimosa e a desilusão constante. O povo, com sua resiliência de quem conhece a seca e a enchente, ainda acredita que a mudança é possível. Já os donos do poder, sejam de qual espectro forem, parecem habitar outro planeta — um onde a fome é estatística, a violência é narrativa e a corrupção é apenas um detalhe operacional.
A ironia fina — e por vezes ácida — é necessária para não chorar. Como não rir quando os mesmos que pregam austeridade viajam em jatinhos particulares? Ou quando os defensores dos pobres moram em coberturas milionárias? A hipocrisia não é exclusividade de um lado; é moeda corrente em um sistema que privilegia elites e abandona milhões.
O Brasil precisa menos de salvadores e mais de consciência. Menos de heróis e mais de cidadãos. Menos discursos inflamados e mais ações concretas. Enquanto isso, seguimos navegando entre a paciência de Jó e a revolta de Profeta — sem saber se o futuro trará a bonança ou a tempestade final.
Mas uma coisa é certa: o povo brasileiro não desiste. Ele pode estar cansado, descrente, mas ainda guarda no peito uma faísca de esperança. Cabe a nós alimentar essa chama — não com promessas vazias, mas com atitudes que transformem a realidade. O resto é conversa fiada para boi dormir."
"Que o futuro nos encontre mais sábios — e menos pacientes. Porque o Brasil merece mais do que sobreviver; merece, finalmente, florescer."

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