EUA ameaçam intervir no julgamento de Bolsonaro: Casa Branca fala em uso de poder militar e econômico

 




Chip Somodevilla/Getty Images
Por Ricardo Almeida

O julgamento de Jair Bolsonaro, que já vinha carregado de tensão política, ganhou um ingrediente ainda mais explosivo: a intervenção verbal dos Estados Unidos.

Enquanto o Supremo Tribunal Federal avançava com os votos — dois ministros já declararam Bolsonaro culpado por integrar uma organização criminosa voltada para golpe de Estado —, a Casa Branca decidiu subir o tom, colocando o Brasil no centro de uma disputa que ultrapassa qualquer fronteira jurídica.


O recado de Washington

Em coletiva, a porta-voz do governo Trump foi taxativa: os Estados Unidos “não temem usar seu poder militar e econômico para proteger a liberdade de expressão globalmente”.

Não se trata de mera retórica diplomática. É um recado direto ao Brasil, um aviso de que a maior potência militar do planeta não hesita em interferir quando seus interesses — ou sua narrativa — estão em jogo.


Entre diplomacia e intimidação

A Embaixada dos EUA em Brasília já havia sinalizado que adotaria “medidas cabíveis” contra ministros do STF. Mas agora a escalada é clara: há movimentações para ampliar a Lei Magnitsky, que permite sanções financeiras e restrições a autoridades estrangeiras acusadas de “violar direitos humanos”.

Na prática, ministros da Suprema Corte brasileira podem ser colocados na lista negra de Washington. E mais: instituições financeiras nacionais também correm o risco de serem atingidas, caso se alinhem às decisões judiciais ligadas a uma eventual condenação de Bolsonaro.

O julgamento, portanto, não se limita mais ao destino de um ex-presidente. Ele coloca o sistema de Justiça brasileiro sob a mira direta da Casa Branca.


Soberania em xeque

O ponto central é claro: até que ponto o Brasil consegue decidir seus rumos sem se curvar a pressões externas?

O STF julga Bolsonaro por seus atos, mas o que realmente está em pauta é a capacidade de o país conduzir seu futuro de forma independente. O Brasil corre o risco de ver sua soberania relativizada por uma potência estrangeira que age como se fosse tutora do continente.

A retórica de Washington pode até vir embrulhada na bandeira da “liberdade de expressão”. Mas, no fundo, trata-se de poder — militar, econômico e político.


O Brasil no tabuleiro global

Analistas de geopolítica destacam que essa crise se tornou um teste de força. De um lado, um STF que busca afirmar sua autoridade interna; de outro, um governo norte-americano disposto a usar o peso do dólar, das sanções e até da força militar como instrumentos de intimidação.

O Brasil, assim, não julga apenas Bolsonaro. Julga a si mesmo — sua autonomia, sua dignidade e sua posição no mundo.


Conclusão: O que está em julgamento hoje não é apenas Jair Bolsonaro. É a soberania do Brasil. Se os Estados Unidos levarem adiante a ameaça de usar poder militar e econômico para influenciar nosso destino, estaremos diante de uma batalha que ultrapassa tribunais e entra no terreno da independência nacional. O Brasil precisa escolher se será protagonista de sua história ou mero figurante no tabuleiro geopolítico de Washington.

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