Por Sofia Andrade
Crescimento econômico em ritmo modesto
O Brasil atravessa uma fase de desaceleração econômica em 2025. Dados recentes do IBGE indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,3% no segundo trimestre, um resultado considerado tímido pelos analistas do mercado. A estagnação da indústria, a queda no consumo das famílias e a insegurança dos investidores contribuem para o cenário, evidenciando que o crescimento ainda depende de medidas estruturais e estabilidade institucional.
A inflação anual permanece em 6,7%, acima da meta estabelecida pelo Banco Central. O aumento contínuo de preços corrói o poder de compra da população, restringe o consumo e pressiona empresas que dependem do mercado interno, gerando impactos em cadeia sobre empregos e investimentos.
Desafios fiscais e tributários
O governo federal busca equilibrar as contas públicas enquanto avança em sua agenda de reformas. A reforma tributária, iniciada em 2023, é apontada como o principal instrumento para simplificar a cobrança de impostos e reduzir distorções históricas do sistema.
Apesar de avanços no Congresso, especialistas alertam que os efeitos da reforma só devem ser percebidos a médio prazo. O maior desafio continua sendo reduzir desigualdades e proporcionar fôlego a pequenos e médios empreendedores. Ao mesmo tempo, o aumento de gastos sociais e subsídios pressiona o equilíbrio orçamentário, exigindo uma gestão fiscal cuidadosa para evitar desequilíbrios mais profundos.
Setores estratégicos: infraestrutura, tecnologia e energia
Economistas defendem que setores estratégicos, como infraestrutura, tecnologia e energia, devem ser tratados como prioridades para reverter o desaquecimento econômico. Investimentos nesses campos podem gerar empregos de qualidade, atrair capital estrangeiro e modernizar a economia.
No entanto, esses investimentos dependem de planejamento de longo prazo, segurança jurídica e estabilidade regulatória. A falta de previsibilidade e a instabilidade política têm afastado investidores potenciais. Como alerta a economista Maria Helena Sampaio:
“Sem estabilidade institucional e sem regras claras, o Brasil continuará perdendo oportunidades cruciais para se tornar competitivo no cenário global.”
Impactos eleitorais e sociais
O desempenho econômico reflete-se diretamente no cenário político. Em um país onde a percepção de bem-estar está fortemente ligada ao bolso do eleitor, a desaceleração pode influenciar a aprovação do governo e moldar a disputa presidencial de 2026.
A confiança do mercado financeiro e o humor do eleitorado caminham lado a lado: quanto maior a incerteza sobre os rumos da economia, maior a vulnerabilidade do ambiente político. A combinação de crescimento lento, inflação persistente e desigualdade estrutural cria um terreno fértil para debates sobre prioridades de políticas públicas e eficiência do Estado.
Caminhos para o futuro: reformas ou estímulos pontuais?
O momento atual exige coordenação entre governo, Congresso e sociedade civil. Sem políticas eficazes, a desaceleração pode se transformar em crise prolongada, comprometendo os próximos anos de desenvolvimento.
A forma como o Brasil responderá agora — seja com reformas profundas, seja com estímulos pontuais — definirá não apenas o crescimento de 2025, mas também a capacidade do país de sustentar um ciclo econômico sólido ao longo da próxima década. A agenda de longo prazo passa por reformas estruturais, investimentos estratégicos e políticas que promovam inclusão social, fortalecendo a confiança do mercado e a estabilidade política.

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