Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, criada para investigar um esquema de fraudes que desviou bilhões de reais dos aposentados e pensionistas brasileiros, revelou um cenário alarmante de corrupção sistêmica e falhas estruturais no sistema previdenciário nacional.
O Início da Denúncia
O escândalo teve início em 2025, quando a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou irregularidades em descontos aplicados automaticamente nas aposentadorias e pensões do INSS. Esses descontos, supostamente destinados a cobrir custos de serviços prestados por associações de aposentados, foram realizados sem a devida autorização dos beneficiários.
A Polícia Federal, em conjunto com a CGU, deflagrou a Operação Sem Desconto, que apurou que as fraudes ocorreram entre 2019 e 2024, resultando em um desvio estimado de R$ 6,3 bilhões. A operação revelou que cerca de 4,1 milhões de beneficiários foram afetados, com entidades como a União Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unabrasil) e o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sindnapi) sendo apontadas como principais envolvidas.
A Investigação e os Desdobramentos
A CPMI do INSS foi instaurada em maio de 2025, com o objetivo de aprofundar as investigações e responsabilizar os envolvidos. Durante os depoimentos, ficou evidente que o esquema de fraudes era mais complexo do que inicialmente imaginado.
Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, afirmou à comissão que o INSS não tinha conhecimento da dimensão das fraudes até a ação da Polícia Federal. No entanto, documentos e testemunhos indicam que denúncias sobre os descontos irregulares foram feitas anteriormente, sem que medidas efetivas fossem tomadas.
A investigação revelou também que o esquema envolvia a criação de associações fictícias e o uso de documentos falsificados para justificar os descontos. Além disso, a flexibilização de regras internas do INSS facilitou a continuidade das fraudes.
A Repercussão Política e Social
O escândalo gerou uma intensa disputa política, com acusações mútuas entre diferentes governos e partidos. A oposição responsabilizou o governo atual pela omissão, enquanto a base governista apontou falhas em gestões anteriores.
A sociedade, por sua vez, demonstrou indignação. Uma pesquisa divulgada em junho de 2025 indicou que 31% da população atribuía a responsabilidade pelas fraudes ao governo atual, enquanto 14% culpavam o próprio INSS e 8% as entidades envolvidas.
Conclusão
O caso do INSS expõe falhas estruturais no sistema previdenciário e a vulnerabilidade dos aposentados e pensionistas a esquemas fraudulentos. A CPMI, ao trazer à tona esses fatos, cumpre seu papel de fiscalizar e cobrar responsabilidades, mas também evidencia a necessidade urgente de reformas para garantir a integridade e a confiança no sistema.

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