© Paulo Pinto/Agência Brasil
O domingo (21) mostrou que o Brasil ainda pulsa. Milhares de pessoas ocuparam avenidas e praças de norte a sul do país para defender a democracia, a soberania nacional e dizer não à anistia e à PEC da Blindagem.
Foram atos em 33 cidades, incluindo todas as 27 capitais. Em São Paulo, a Avenida Paulista reuniu cerca de 42 mil manifestantes. No Rio de Janeiro, em Copacabana, 41,8 mil pessoas lotaram a orla. A fotografia é clara: a sociedade não aceita privilégios para políticos nem perdão para golpistas.
A PEC DA BLINDAGEM: O BUNKER DA IMPUNIDADE
A proposta aprovada na Câmara cria uma blindagem sem precedentes: deputados e senadores só poderão ser investigados se suas próprias Casas autorizarem — e com voto secreto.
Isso significa que a corrupção poderá ser julgada pelos próprios corruptos, longe do olhar do eleitor. Uma espécie de tribunal secreto, onde a verdade morre no silêncio e a impunidade ganha fôlego.
É a institucionalização do privilégio. É o Congresso erguendo um bunker contra a justiça.
ANISTIA: O APAGAMENTO DO CRIME
Enquanto a PEC garante impunidade no presente, a anistia tenta apagar o passado. O projeto pretende perdoar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, vendidos sob o rótulo hipócrita de “pacificação nacional”.
Pacificação não é esquecer.
Pacificação não é premiar golpista.
Pacificação não é apagar a memória coletiva.
Quem atentou contra a democracia deve ser lembrado e responsabilizado — para que nunca mais 8 de janeiro se repita.
SOBERANIA NACIONAL CONTRA O VIRALATISMO
Nas ruas, a bandeira brasileira voltou a ser símbolo do povo. Na Paulista, uma bandeira gigante trazia no centro os dizeres: “SEM ANISTIA”.
Foi a resposta direta ao viralatismo da extrema direita, que insiste em levantar bandeiras estrangeiras e agir como satélite de potências externas. O recado dos manifestantes foi simples: o Brasil é soberano e a democracia não se ajoelha para ninguém.
SANTA CATARINA: A PONTE QUE VIROU MURO
Em Florianópolis, o ato ganhou contornos de metáfora cruel. Manifestantes tentaram atravessar a histórica Ponte Hercílio Luz, mas foram barrados pela Polícia Militar por ordem do governador Jorginho Mello (PL).
A justificativa foi técnica: normas de uso, segurança da estrutura, autorização prévia. Mas o efeito foi político: a ponte que deveria ligar virou muro, interditando não apenas o caminho, mas também o direito constitucional de protestar.
Enquanto Brasília constrói blindagens invisíveis, Santa Catarina levantou grades de ferro.
O RECADO DAS RUAS
Os atos de ontem não foram apenas contra uma PEC ou um projeto de lei. Foram contra um projeto de país baseado em impunidade, esquecimento e submissão.
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Não à blindagem de parlamentares.
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Não à anistia de golpistas.
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Não ao viralatismo da extrema direita.
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Sim à soberania e à democracia popular.
CONCLUSÃO
As ruas falaram mais alto que as manobras de gabinete. O povo mostrou que não aceita viver num país onde políticos escolhem se podem ser julgados, golpistas são perdoados e manifestações são barradas por grades.
A democracia é do povo. E ontem o Brasil lembrou que, quando ela está em risco, o asfalto vira trincheira e a bandeira verde e amarela volta a ser nossa.ouvir.

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