© Ruy Ferraz Fontes/Arquivo pessoa
Carlos Mendes – Repórter Investigativo
Na noite de segunda-feira, 15 de setembro de 2025, o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi brutalmente assassinado em uma emboscada na cidade de Praia Grande, litoral paulista. A execução, marcada por tiros de fuzil e uma perseguição cinematográfica, levanta questões sobre retaliações do crime organizado e possíveis interesses pessoais.
A Dinâmica do Crime
Fontes, que atualmente ocupava o cargo de secretário de Administração de Praia Grande, foi seguido por criminosos em uma caminhonete Hilux. Imagens de câmeras de segurança mostram que ele estava em alta velocidade, provavelmente tentando escapar dos bandidos, quando entrou em um cruzamento e foi atingido por um ônibus. Após o acidente, os criminosos desceram do veículo e efetuaram mais de 20 disparos contra Fontes, que ainda tentou reagir, atingindo um dos agressores. O veículo utilizado pelos bandidos foi posteriormente encontrado em chamas, indicando tentativa de ocultação de evidências.
Suspeitos Identificados
A Polícia Civil identificou dois suspeitos envolvidos na execução. Um deles foi identificado por meio de trabalho de perícia no local do crime. A polícia solicitou a prisão temporária dos dois indivíduos já identificados. Fontes próximas a Fontes relataram que ele expressava preocupação com a segurança de sua família, temendo retaliações por parte de criminosos que ele havia combatido ao longo dos anos.
Motivações Investigadas
As investigações apontam para duas possíveis motivações para o assassinato:
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Vingança do PCC: Fontes foi responsável por indiciar toda a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 2006, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Sua atuação incisiva contra a facção criminosa pode ter gerado retaliações.
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Conflito Relacionado a Licitação: Outra linha de investigação sugere que o crime pode estar relacionado a uma licitação na Prefeitura de Praia Grande que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. Um carro suspeito de ter sido usado pelos bandidos foi encontrado em chamas, o que pode indicar tentativa de ocultação de evidências.
Reações Institucionais
O assassinato gerou indignação em todo o país. Autoridades e colegas de profissão lamentaram sua morte e destacaram sua coragem e dedicação à segurança pública. O governo estadual anunciou a criação de uma força-tarefa para apurar o caso e prender os responsáveis pela execução.
Homenagens e Enterro
O corpo de Ruy foi velado na cidade de Praia Grande e, posteriormente, trasladado para São Paulo, onde foi enterrado no Cemitério da Paz, no Morumbi. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, compareceu ao enterro, demonstrando solidariedade à família e reconhecendo a importância do trabalho de Ruy na luta contra o crime organizado.
Reflexões Finais
A execução de Ruy Ferraz Fontes é um reflexo da violência que permeia a sociedade brasileira e da fragilidade do sistema de segurança pública. Apesar de sua aposentadoria, Ruy continuou sendo alvo de criminosos que buscavam vingança por suas ações passadas. Este caso reforça a necessidade urgente de fortalecer as instituições de segurança, garantir a proteção dos profissionais que atuam na linha de frente e combater a impunidade que permite que criminosos ajam com liberdade.
A memória de Ruy Ferraz Fontes deve servir como um símbolo de resistência e coragem na luta contra o crime organizado, lembrando-nos da importância de valorizar e proteger aqueles que dedicam suas vidas à segurança da sociedade.

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